Se existe uma tendência das viagens nos últimos anos, certamente é o turismo de experiência. Dar-se o tempo para se interessar aos lugares que visitamos, encontrar seus habitantes, compreender o estilo de vida local, provar as delícias locais e levar na mala histórias e lembranças de momentos que nenhum cartão de credito consegue comprar. O verdadeiro luxo.

O lado francês da ilha de Saint-Martin é certamente um dos locais mais interessantes do ponto de vista culinário. O pequeno vilarejo de Grand Case, que reivindica o título de capital gastronômica do Caribe, possui sozinho cerca de 50 restaurantes, com diversas influências e para todos os bolsos. Após um aperitivo descontraído, com os pés na areia, no badalado Calmos Café,minha recomendação é o Océan 82, não longe dali e referência na região, onde meu amigo Franck Vuillemin lhes apresentará um cardápio digno de grandes restaurantes parisienses. Igualmente imperdíveis são Le Pressoir, (eleito melhor restaurante do Caribe), o Bistrôt Caraïbes e, para um jantar romântico, Le Temps des Cerises no novo hotel-boutique de charme.

A uma curta distância está Saint-Barth, passagem obrigatória de famosos e com endereços glamorosos: a associação Relais & Châteaux encontra-se bem representada com dois estabelecimentos – Hôtel Le Toiny e Eden Rock – St Barths. A ilha acolhe há três anos o Saint Barth Gourmet Festival, onde a gastronomia francesa é festejada em parcerias entre chefs vindos da França e chefs dos hotéis e restaurantes locais.
A algumas milhas dali, a Martinica é a ilha que oferece mais atrativos culturais. Aquela que outrora fora nomeada “Paris do Caribe” mantém a herança dos pioneiros que exploravam a cana-de-açúcar, de onde saem os runs mais refinados da região. Os conhecedores saberão reconhecer os aromas únicos desta bebida martinicana reconhecida no mundo todo. Recentemente, o French Coco, hotel afiliado à Leading Hotels of the World, abriu suas porta em Tartane, na baía mais charmosa da ilha, onde Josephine de Beauharnais, futura esposa de Napoleão, passou sua infância.

E as Les Saintes (Ilhas dos Santos) merecem também ser conhecidas, já ouviu falar delas? DivididaS em duas comunas – Terre-de-Haut e Terre-de-Bas, fazem parte do arquipélago caribenho da Guadalupe e, quando nelas desembarcamos, tem-se a impressão de que o tempo parou. A escala proposta pela majestosa embarcação de cinco mastros Royal Clipper, o maior veleiro do mundo, permite vivenciar por poucas horas a displicência e o charme dos saintois, muito simpáticos e prontos a compartilhar um ti-punch com o visitante. Mister Krafft, proprietário desta empresa de veleiros tradicionais e sueco de origem, é um apaixonado por embarcações desde sua infância e divide sua paixão com todos aqueles que queiram navegar como antigamente. A bordo, o turismo de experiência adquire todo seu significado: viver em um autêntico veleiro, empurrado pelos ventos, sentir o vento nas velas, poder inclusive participar das manobras juntamente com a tripulação, interagir com o capitão – tudo em uma atmosfera elegante e informal. Como diria George (Clooney), what else?
Esse artigo foi escrito para a Revista Viaje Mais Luxo, edição de Dezembro 2016.
Mais qui est cette si belle Cyrène postée à la proue du Royal Cliper ?